Mulheres gestantes também devem ser acompanhadas por Cardiologista

Mulheres gestantes também devem ser acompanhadas por Cardiologista

Durante a gravidez, o acompanhamento do Cardiologista é fundamental, pois as mudanças ocorridas no corpo da mulher são dinâmicas e se assemelham a uma prova de esforço que desencadeia alterações cardiovasculares e sistêmicas que podem descompensar a estabilidade da doença cardíaca.

Aliás, algumas doenças cardiovasculares são mais frequentes em mulheres grávidas, em comparação com a incidência em mulheres de mesma idade não gestantes, portanto a gestação acaba sendo um fator de risco para essas patologias, em especial o infarto agudo do miocárdio, que pode ser um evento grave tanto para a mãe quanto para o bebê.

O Departamento de Cardiologia da Mulher (DCM), da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), reforça que a gestação acarreta profundas modificações adaptativas no organismo da mulher, como aumento progressivo de líquido circulante, aumento da frequência cardíaca, anemia fisiológica da gestação (hemodiluição), aumento do metabolismo materno para suprir as necessidades do feto, alterações de coagulação, que aumenta o risco de trombose no fim da gravidez e início do puerpério e, principalmente, pela alteração na parede dos vasos sanguíneos maternos por ação dos hormônios de gestação que causa uma “fragilidade” dessas artérias. Todos esses fatores combinados elevam o risco de infarto na gestação.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) nos diz que mais de 800 mulheres morrem diariamente em relação à gravidez e a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu uma meta de desenvolvimento do milênio para podermos reduzir essa mortalidade pelo menos em 75%. Muitos países não conseguiram reduzir isso. O Brasil melhorou e reduziu a mortalidade materna para 50%, são 62 mortes para cada 100 mil habitantes.

Muitas das mudanças fisiológicas durante a gestação aumentam o risco de descompensação cardiovascular. Para se ter uma gestação bem sucedida é preciso uma combinação de fatores: é preciso considerar a anemia relativa, trombofilia, mudanças no tônus vascular e no tecido conectivo. A avaliação de risco pré-gravidez é indicada para todas as mulheres com doença cardiovascular suspeita ou conhecida.

O ideal é que ocorra planejamento para o parto de 28 a 32 semanas. O parto vaginal tem que ser feito quando possível e as complicações pós-parto são comuns nos primeiros 42 dias.

REFERÊNCIA:

Sociedade Brasileira de Cardiologia. Mulheres gestantes também devem ser acompanhadas por cardiologista. Disponível em <www.portal.cardiol.br/post/mulheres-gestantes-também-devem-ser-acompanhadas-por-cardiologista>