O DIABETES é uma doença crônica que faz milhões de vítimas a cada ano. Só no Brasil, são 14 milhões de portadores (cerca de 10% da população), sem contar as pessoas que não sabem que têm a doença ou ainda não receberam o diagnóstico. O tipo 2 da doença é mais comum (corresponde a 90% dos casos) e ocorre por dois fatores: insuficiência na produção de insulina ou resistência a ela. Embora a doença possa ser PREVENIDA e TRATADA, minimizando, assim, suas complicações, isso dificilmente é levado em consideração por grande parte dos pacientes.
Aproximadamente METADE da população brasileira NÃO está ciente das complicações decorrentes da doença, cujo surgimento poderia ser evitado ou, pelo menos, adiado por meio de um controle adequado. É o que aponta a pesquisa “Diabetes sem Complicações”, realizada em maio de 2016 pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), em parceria com o Ibope Inteligência e com o apoio de duas farmacêuticas. A pesquisa contou com a participação de 600 internautas, sendo 145 pacientes com diabetes, de diversas capitais do país.
Na opinião do Dr. Luiz Turatti, presidente da SBD, há um desconhecimento acerca da PREVENÇÃO da doença, ou seja, grande parte dos brasileiros não associa que HÁBITOS SAUDÁVEIS podem evitar o problema. Dieta adequada, contendo legumes, verduras, fibras e carnes magras, além da prática diária de EXERCÍCIOS FÍSICOS e controle da PRESSÃO ARTERIAL são os pilares fundamentais da PREVENÇÃO DO DIABETES.
Mas, segundo o Dr. Bruno Geloneze, endocrinologista e coordenador do Laboratório de Investigação em Metabolismo e Diabetes da Universidade de Campinas (Unicamp), as pessoas não têm consciência da GRAVIDADE da doença e acham normal conviver com índices de glicose acima de 200 mg/dL, já que os sintomas da hiperglicemia não são tão aparentes. “É comum os pacientes dizerem: ‘meu açúcar é só um pouco alto’. As pessoas têm dificuldade de compreender as possíveis complicações que podem surgir se o DIABETES NÃO FOR CONTROLADO. Quase sempre há uma negação em relação à doença.”
Para se ter uma ideia, até 40% dos indivíduos com DIABETES desenvolvem problemas nos rins. Além disso, esses pacientes apresentam um risco de duas a quatro vezes maior de morrer devido a uma DOENÇA CARDIOVASCULAR, como infarto e AVC.
Apesar da alta prevalência de complicações, grande parte dos pacientes desconhece muitas delas. Quando questionados sobre o maior medo em relação ao DIABETES, apenas 6% afirmaram temer sofrer algum distúrbio renal; 3% disseram ter receio de desenvolver uma doença cardíaca e 21%, de morrer. A maioria, todavia, teme a amputação de algum membro (32%) e ficar cega (32%).