As doenças cardiovasculares são líderes de mortalidade no Brasil. Aproximadamente 14 milhões de brasileiros têm alguma doença no coração e mais de 380 mil morrem por ano em decorrência dessas enfermidades, o que corresponde a 30% de todas as mortes no país.
Produzido no organismo, o colesterol é uma gordura com a função de manter as células em funcionamento para produção de hormônios e da bile, metabolização de vitaminas, entre outras funções.
Existem dois tipos de colesterol presentes na corrente sanguínea. O LDL, conhecido como “ruim”, e o HDL, que protege o coração de doenças e, por isso, é considerado “bom”. Um dos motivos da alteração dos níveis de colesterol ruim é o consumo excessivo de gorduras saturadas e trans, presentes em alimentos de origem animal, como carnes, ovos, derivados do leite, além de produtos ultraprocessados, como biscoitos, margarina, salgadinhos de pacote, comidas congeladas, bolos prontos e sorvete.
Cerca de 70% do colesterol é produzido pelo próprio organismo, no fígado. Os demais 30% vêm da dieta e, por isso, é tão importante manter uma alimentação equilibrada.
Um dos mitos mais ultrapassados é acreditar que o colesterol é problema apenas de quem sofre de obesidade. Pessoas magras também podem apresentar descontrole nos níveis de gordura no sangue e estar no grupo de risco de infarto e AVC.
É importante que as pessoas saibam que o colesterol elevado, na maioria dos casos, não dá sinais nem qualquer tipo de sintomas. Por isso, é essencial fazer os exames periódicos e acompanhamento médico, além de adotar hábitos que incluem a alimentação saudável e adequada e a prática de atividades físicas regularmente.
O diagnóstico para risco cardiovascular é feito pelo médico, que avalia além dos valores de colesterol e frações, também leva em consideração à genética, a história familiar e todos os fatores de risco associados para fechar o diagnóstico e definir a conduta. Uma pesquisa feita pela SBC, em 2017, mostrava que 67% das pessoas desconheciam os valores dos níveis de colesterol do próprio organismo.
Uma das comorbidades que preocupam é a Aterosclerose, doença degenerativa que se caracteriza principalmente pelo depósito de gordura (colesterol LDL) e de outras substâncias nas camadas internas das artérias do coração, do cérebro, da aorta, obstruindo a passagem do sangue em porcentagens variáveis. Forma-se o ateroma, uma espécie de “calombo” nas artérias.
Uma outra doença, um pouco diferente e com nome parecido, é a Arteriosclerose, que se caracteriza pelos depósitos de gordura e cálcio ao longo de toda a extensão de uma artéria, deixando-a endurecida.
Ambas são doenças progressivas e silenciosas e provocadas pelo acúmulo de colesterol LDL em placas ou ao longo das artérias. O portador não sente o colesterol elevado, mas se não for tratado corretamente, poderá ter as complicações causadas pelas obstruções dessas artérias: angina do peito, infarto do miocárdio, AVC, aneurismas e outras.
REFERÊNCIA:
Sociedade Brasileira de Cardiologia. SBC alerta: controle do colesterol é fundamental para minimizar riscos de doenças cardiovasculares. Disponível em <www.portal.cardiol.br/post/sbc-alerta-controle-do-colesterol-é-fundamental-para-minimizar-riscos-de-doenças-cardiovasculares>